Polícia Civil e Ministério Público revelam que ataque a José Aprígio em 2024 foi simulado para obter vantagem eleitoral

As investigações continuam para identificar todos os envolvidos e esclarecer os detalhes do caso
Da redação
A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo concluíram que o atentado contra o ex-prefeito de Taboão da Serra, José Aprígio, ocorrido em outubro de 2024, foi forjado. A investigação, que culminou na Operação Fato Oculto deflagrada ontem (17), revelou que o ataque foi simulado com o objetivo de beneficiar Aprígio nas eleições municipais daquele ano.
O suposto atentado aconteceu em 18 de outubro de 2024, quando o carro blindado de Aprígio foi atingido por disparos de fuzil. Na época, o então prefeito, que concorria à reeleição, foi baleado no ombro e hospitalizado, gerando comoção pública.
Segundo as autoridades, algumas pessoas do grupo político de Aprígio planejaram a simulação do atentado para influenciar os eleitores. Um dos atiradores, preso desde 2024, fez um acordo de delação premiada e revelou que ele e mais três pessoas receberam R$ 500 mil pela tarefa.
A operação de ontem cumpriu 10 mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária. Entre os alvos estavam o próprio ex-prefeito e três ex-secretários municipais: José Vanderlei (Transportes), Ricardo Rezende (Obras) e Valdemar Aprígio (Manutenção).
Um homem identificado como Anderson da Silva Moura, conhecido como “Gordão”, foi preso. Ele é suspeito de ter intermediado a contratação dos executores do plano. As autoridades apreenderam celulares, computadores, dinheiro e armas durante a operação.
O delegado Helio Bressan afirmou que há indícios, mas ainda não provas conclusivas, da participação direta de José Aprígio no esquema. A polícia questionou o comportamento do ex-prefeito no dia do atentado, observando que ele esteve em “alto grau de vulnerabilidade por diversas vezes” sem que nada acontecesse.
A defesa de Aprígio, por meio do advogado Allan Mohamed, declarou que o ex-prefeito é vítima no caso e ficou surpreso com a informação de que o atentado foi forjado. Segundo o advogado, Aprígio realmente foi atingido por um tiro e sua vida foi colocada em risco.
As investigações continuam para identificar todos os envolvidos e esclarecer os detalhes. O caso segue em segredo de justiça, e as autoridades trabalham para encontrar uma ligação direta entre os executores do crime e os possíveis mandantes.